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O Poço | Minha Segunda Análise sobre o filme mais comentado no momento

A panacota é a mensagem!



    Com uma premissa distópica no qual pessoas são aprisionadas em formato vertical e que sua mecânica consiste em colocar uma única plataforma cheia de comida e obrigando as pessoas a comerem restos de alimentos comido por outras pessoas que se quer você sabe quem são é uma deixa no mínimo maquiavélica. 


  Essa é a proposta de "O Poço", um longa espanhol que mostra a importância do alimento em meio a nossa sociedade. 

Nos seus 333 níveis, o longa dirigido por Galder Gaztelu-Urrita mostra que quem fica nos níveis mais altos podem comer a vontade e quem fica nos níveis mais baixos certamente ficarão com fome e muitas das vezes terão que matar o parceiro de cela para sobreviver. 

Com uma pegada bem crua e violenta, o filme não economiza em mostrar que em "O Poço" 
O lado de igualdade não existe. Não existe solidariedade entre os presos. Alguns inclusive entraram por livre e espontânea vontade. O que é o caso do protagonista Goreng que certamente se arrepende de ter pedido para ficar. 

Logo de cara nós identificamos com Goreng que parece não acreditar nas coisas surreais que acontecem nesta prisão. Em determinados momentos, ele acaba percebendo que diálogo não vai funcionar e sim a força bruta. 


E é aí que o longa se pega no estilo mais "trash" possível. Com cenas de canabalismo, crueldade sem limites e ainda as "sabotagens" que os presos fazem com o resto da comida que vai para o nível inferior. Nesse momento você percebe o quão baixo o ser humano pode chegar. Não é um filme recomendado para todas as pessoas e sim as que se podem aguentar a ver cenas bem fortes. 


Um dos personagens que você logo de cara não vai gostar é do Sr. Trimagasi. Um senhor de idade que em pouco tempo se mostra mais cruel e realista a realidade que vive dentro do Poço do que seu companheiro de cela Goreng. O longa têm um lado bem político em seus questionamentos. 

 Ele tecnicamente se baseia em que o capitalismo brutal faz com que os menos "abençoados" sejam os mais prejudicados com o conceito de que as pessoas não pensam no próximo. De certa forma esse conceito existe em nossa realidade. Os que mais têm condições financeiras podem comer o que querem e na hora que quiserem. Já os menos afortunados só comem o que podem naquele momento. 

Em determinados momentos o lado "socialista" tenta se instala através de Goreng, mas é sem sucesso, visto que os demais presos tanto dos andares acima quanto abaixo não ligam pro que ele fala.


Outro detalhe importante que o filme te mostra é que quem aleatoriamente acaba a cada virada de mês indo para um andar superior ou inferior reage de forma distinta. O próprio Trimagasi se mostra o oposto quando percebe que está num andar inferior demais.


A história segue um fluxo bem cruel até Goreng se juntar com Baharabt, um prisioneiro que tinha uma corda e que estava disposto a fugir de qualquer jeito após chegar no nível 6. Convencido por Goreng, os dois resolvem distribuir a comida para os andares que realmente vão passar fome por conta dos andares superiores comerem demais. A ideia logo vira em querer passar uma mensagem para quem está no nível "zero". A ideia então usada é a representatividade de um único alimento que fique intacto na plataforma, pois fazendo isso, eles acreditam isso fará os funcionários da prisão se questionem sobre aquele unico alimento voltou inteiro.


A medida que descem, a ideia que temos é que não vai acabar bem para os dois. Sem ter diálogos aceitos pelos demais presos, a agressividade logo se torna fundamental para chegarem onde querem.  No mais baixo nível, eles dão de cara com a única criança que está no Poço.



O final do filme deixa em aberto muitos detalhes, não te passa a resposta do que no último arco do longa eles queriam te da. Você fica frustrado sem saber o que vem depois quando a plataforma sobe somente com a criança que ali já é dada como a "mensagem". Uma resposta não dada e de forma ingrata para quem ficou 1h 34m vendo essa história.

Talvez por ser d ruma produção mais modéstia, sem grandes efeitos visuais, sem muito peso em gastos , o longa se torna simples demais. O que não chega a ser ruim, pois o roteiro é bem trabalhado. O grande problema é o que vem antes e depois de "O Poço".


Perguntas que jamais serão respondidas e isso frustra qualquer amante da sétima arte.


No geral o filme espanhol tem seu sucesso arrebatador também por ser lançado num momento frágil da sociedade por conta do novo coronavirus. Ser lançado justamente nessa época, fez com que algumas pessoas ficassem em casa em busca de filmes com temática pós-apocalíptica. O que sugere que se analisarmos, as pessoas não levam a sério situações perigosas e também por gostarem deste tipo de gênero.

O Poço fica entre aqueles filmes que no fim das contas o final pode ser enigmático.

Atualmente no Top 10 da Netflix


Cinema de Primeira Brasil é escrito e editado por Leandro Barreira, que é Nerd Extremista, fã de séries,games e viciado em filmes.  Carioca de coração e que possui um juramento em sua vida: 



"No dia mais claro
Na noite mais densa
O mal sucumbirá ante à minha presença
Quem comete a maldade tudo perde" 


































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